Educação
Escolar da Pessoa com Surdez e o Atendimento Educacional
Especializado (AEE)
A
inclusão tem como finalidade, que todas as crianças com deficiência
ou não, frequentem o ensino regular, porém quando se trata da
educação da Pessoa com Surdez, essa discussão torna- se maior e
até mesmo polemica, pela simples questão do uso da língua correta
na educação do surdo. Essas questões foram embates entre oralistas
e gestualistas por muitas décadas. discussões e experiências que
trouxeram muitas consequências, mas também a necessidade de se
buscar de fato uma proposta que realmente valorize o potencial da
pessoa surda.
Durante
todo esse tempo, existiram e ainda existe três abordagens
diferentes em discussão, a oralista a comunicação total e o
bilinguismo, sendo que a oralista encontra- se (segundo texto de
Dámazio) dentro da comunicação total propriamente dita, pois
havia uma necessidade da língua falada. E não havia espaço para a
língua de sinais, como primeira língua.
"
Os dois enfoques - oralista e a comunicação total - deflagraram um
processo que não favoreceu o pleno desenvolvimento das Pessoas com
Surdez, por focalizar o domínio das modalidades orais..."(Dámazio,
pg 07).
O
bilinguismo por outro lado, trás outra concepção em relação a
educação da pessoa com surdez, trazendo uma nova perspectiva, pois
possibilita o aprendizado da língua de sinais como primeira língua,
bem como a língua portuguesa como segunda língua, dando assim a
pessoa com surdez possibilidade, oportunidade desenvolver-se
socialmente e intelectualmente.
Nesse
sentido Dámazio "Coloca a necessidade de se repensar a
educação escolar da pessoa com surdez."Mudando com isso o
enfoque do confronto, para a necessidade de se rever o fracasso
escolar desses alunos, direcionando para a qualidade do ensino
prestado, o preconceito e as práticas pedagógicas escolhidas.
Então
passa-se a atenção, não para o problema da língua ou da
incapacidade do surdo, mas a proposta da escola, do olhar para o
outro sem que a sua deficiência seja o foco, e a prática pedagógica
a dotada para esse aluno.
Para tanto(
Dámazio,pg 08) se posiciona, colocando a Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008),
vem ao encontro de propósito de mudanças no ambiente escolar e nas
práticas sociais, institucionais para promover a participação do
aluno com surdez na escola comum.
Para
isso será necessário uma mudança na postura das pessoas que fazem
e acreditam na educação dando uma nova perspectiva, através de
mudanças nas práticas, quebrando paradigmas , rompendo com
conceitos pré-estabelecidos de que a pessoa com surdez, não
aprende por não poder ouvir.
"
É necessário reinventar as formas de conceber a escola e suas
práticas pedagógicas, rompendo com os modos lineares do pensar e
agir no que se refere a escolarização."( Dámazio, pg 08)
No
Brasil infelizmente, ainda não se chegou no consenso sobre adotar o
bilinguismo, existe ainda muitos empecilhos, porém o" Decreto
5.626 de 05/12/2005, diz que a pessoa com surdez, tem o direito a uma
educação que garanta sua formação em Língua de Sinais e Língua
Portuguesa, preferencialmente na modalidade escrita, que constituam
línguas de instrução"
O
decreto vem reforçar a importância da implantação da proposta
bilíngue na educação da pessoa com surdez, com isso percebesse a
necessidade do AEE(Atendimento Educacional Especializado), nos três
momentos . AEE de Libras, AEE em Libras e AEE em Língua Portuguesa.
Proporcionando ao aluno surdo um maior desenvolvimento dentro da
unidade escolar, bem como no seu cotidiano fora da escola.
Segundo
Dámazio "O AEE promove o acesso dos alunos com surdez ao
conhecimento escolar em duas línguas: em libras e em língua
portuguesa, a participação ativa na s aulas e o desenvolvimento do
seu potencial cognitivo, afetivo, social e linguístico , com os
demais colegas da escola comum."
O
AEE é um atendimento que vem enriquecer todo o processo do aluno
com deficiência na escola comum, pois proporciona a oportunidade de
valorizar o potencial do aluno dentro da escola e em conjunto com o
profissional da sala comum.
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